Por Jeanyne Garcia
Liz, interpretada por Dakota Fenning, fez me lembrar das histórias que as minhas Barbies interpretavam. Não, eu não fui abusada, era só uma criança estranha. Minhas Barbies tinham relacionamentos abusivos, meu Ken bebia e batia nelas, havia estupros e beijos entre pai e filha. Pois então, Guy Pearce é o “meu” Ken, um pastor fanático que descumpre todas as leis cristas, as quais a única que lhe interessa, é a de ser servido sexualmente por sua mulher.
Sem deixar-se entregar, minha “Skipper” foge o quanto pode desse monstro que subjugava sua mãe e ela como se fosse seu dono. E assim ela inicia sua estrada no velho oeste, se virando como uma menina pode. Mas os monstros nunca desistem. Essa é a lição que Liz precisa enfrentar. Assim como no velho oeste, como no Brasil ou acompanhando a história de uma amiga que luta para se livrar de um casamento prisão perpétua a qual só pode sair morta; esse filme nos dá esperança, nos tira. Brinca com as nossas emoções como a vida. Afinal, desde o começo veio para dizer que não é um filme da Barbie, mas uma história daquelas brutais que eu costumava inventar.