*Por Álvaro Nicotti
Uma professora trabalha como tradutora para a ONU na Guerra da Bósnia. Quando o exército inimigo invade a cidade, ela faz de tudo para ajudar a comunidade enquanto tenta desesperadamente salvar a própria família.
Contexto
Enquanto assistia Quo Vadis, Ainda? Mais me despertava interesse em entender o conflito da Bósnia, palco e contexto desta brilhante produção. Neste sentido, quanto mais buscava, em minhas lembranças, algo que tivesse lido para entender esta guerra maldita, mais percebia que de nada sabia sobre este acontecimento histórico.
Afinal, o que foi a guerra da Bósnia?
De maneira didática, podemos dizer que a a Guerra da Bósnia foi um conflito que ocorreu entre 1992 e 1995 pela independência da Bósnia. Envolveu os três principais grupos étnicos que existiam na região: croatas, sérvios e bósnios. O saldo da guerra, além da destruição material, foi de milhares de mortos (as estimativas falam de 100.000 a 200.000 mortos). O conflito também ficou marcado pelo processo de limpeza étnica promovido pelas forças sérvio-bósnias contra a população bosníaca (bósnio-muçulmanos).
No entanto, o conflito tem em suas raízes explicativas aspectos muito mais profundos para seu entendimento. A guerra foi causada por uma combinação complexa de fatores políticos e religiosos: o fervor nacionalista, crises políticas, sociais e de segurança que se seguiram ao fim da Guerra Fria, à queda do comunismo e à desintegração da antiga Iugoslávia.
Os Croatas praticaram genocídio contra sérvios, bósnios e muçulmanos desde o fim do domínio Otomano. O genocídio foi tão cruel que, na segunda guerra, até os alemães ficaram horrorizados com a maldade deles.
Já os sérvios, após a ruptura da antiga Iugoslávia com a morte de Tito (que havia pacificado as questões étnicas) foram à forra e também cometeram atrocidades e limpezas étnicas.
Os bósnios são muçulmanos. Mas existem minorias Sérvia (ortodoxos) e croatas (católicos). A língua deles é parecida. Mas bósnios e croatas usam alfabeto latino e os sérvios o mesmo da Rússia.
A primeira impressão é de que ninguém gosta de ninguém por lá.
Disponível no TeleCine
Ano: 2020
Direção: Jasmila Žbanić
*Professor, pesquisador e colaborador do TemQueVer