Por Claudio Nicotti*
Produção de 1982, assisti Blade Runner, o caçador de andróides, no verão de 1983 no antigo cine Baltimore, no coração do bairro Bom Fim, em Porto Alegre. Ainda que o filme tenha sido recebido pelos críticos e por grande parte dos expectadores com frieza, me apaixonei imediatamente por ele.
O filme foi somente aclamado pelo público e analistas de cinema a partir de 1992, quando do lançamento da versão estendida de Ridley Scott com cenas adicionais. Blade Runner, por sua vez, é considerado uma obra prima do cinema de ficção científica noir desde seu lançamento, integrando também a lista dos filmes chamados cult.
Baseado no Androids Dream of Eletric Sheep, do autor de ficção científica Philip K. Diek, dirigido por Ridley Scott e estrelado por Harrison Ford, o filme retrata a Los Angeles de 2019, dark neon, superpovoada e submetida a chuva ácida o tempo inteiro. A realidade, neste aspecto, não deu razão às projeções do autor do livro e da visão do diretor, mas o filme tem um desenho de produção maravilhoso.
Nele, o detetive Deckard (Harrison Ford) procura replicantes andróides idênticos a seres humanos. Nesta busca, Deckard se apaixona pelo andróide (de última geração) que é a secretária do criador dos replicantes. O papel de Deckard é eliminar todos os andróides que voltam para a Terra.
As músicas de Vangelis é outro destaque do filme. O tema de amor figurou por vários meses nas listas de sucessos dos Estados Unidos e Europa.
Após o lançamento do filme, ficou uma dúvida que gera polêmica até hoje: seria a personagem de Harrison Ford também um replicante? No final do século XX, Ridley Scott disse que sim.
*Advogado e leitor do TemQueVer.