O QUE UMA COISA TEM A VER COM A OUTRA? TUDO!

Modelo de desenvolvimento do litoral norte gaúcho.

Por Claudio Fonseca*

Essa imagem acima é muito emblemática e simboliza o modelo de desenvolvimento que os gestores municipais tem tido como prioridade no Litoral Norte.

Postes nas ruas, sem calçada definida, causando diversos riscos à segurança dos pedestres e também ameaçando a mobilidade de automóveis e outros veículos.

O prefeito de Xangri-lá, questionado sobre essa situação em matéria no Jornal do Comércio, responde que essa uma questão da Equatorial e não da prefeitura.  Como que não?

A quem cabe fiscalizar o ordenamento urbano garantindo segurança para os cidadãos, e fluência na mobilidade?

Porém, ao colocarmos uma lupa nas prioridades desse e de outros prefeitos do litoral, facilmente constata-se que a atenção desses gestores é abduzida pelas grandes construtoras, que não param de aprovar projetos de espigões, mudando o perfil e preservação do litoral, causando danos irreversíveis ao meio ambiente.

Alegam tais prefeitos, que a construção civil gera empregos e renda, e que portanto esse é o modelo de desenvolvimento mais adequado à seus municípios, desprezando os danos que vem causando, e como já mencionado acima, muitas vezes irreversíveis à natureza.

Outro grave problema que vive todo o litoral é em relação ao saneamento. É ínfima a quantidade de moradias unifamiliares ou multifamiliares onde há uma rede para a coleta de esgoto cloacal.

Desnecessário dizer o que essa situação provoca nos lençóis freáticos, e consequente contaminação de todo o ecossistema.

Fosse mesmo a prioridade dos gestores gerar emprego e renda para suas populações, e de fato, tivessem interesse na preservação, priorizariam a construção de uma rede de coleta de esgoto, que além de gerar emprego e renda, preservaria o meio ambiente e a saúde de todos os seres vivos que ali habitam ou frequentam.

Podem alegar, mas não temos recursos orçamentários para priorizar essa construção, isso é uma verdade? Não.

Existem diversos mecanismos nacionais e internacionais para acessar financiamentos a fundo perdido para viabilizar uma obra dessa envergadura. 

No entanto, requer vontade política e consciência sobre um outro modelo de desenvolvimento, que não seja o de priorizar grandes empreiteiras, como forma de garantir recursos à suas ambições eleitorais.

E claro, a contrapartida é liberar empreendimentos, alterar planos diretores ‘que atrapalham o desenvolvimento’ para garantir sua subsistência política eleitoral e irrigar suas campanhas, mesmo que essas prioridades levem a destruição total.

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*Consultor de empresas e ativista em defesa do meio ambiente.

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