A interação boto, tainha, pescador: amigos de pesca

A Barra do Rio Tramandaí é cenário de uma interação incomum entre duas espécies: botos e seres humanos ajudam-se na captura da tainha. A cooperação entre eles é benéfica para ambos: para o pescador profissional, o peixe pescado é fonte de renda e ajuda no sustento de sua família, enquanto para o boto torna-se mais fácil se alimentar das tainhas que se separam do cardume quando a tarrafa bate na água.

Tanto os botos quanto os pescadores aprenderam a pescar com seus familiares e observando seus companheiros mais experientes. Os botos parecem reconhecer os pescadores que estão lá todos os dias, assim como os pescadores reconhecem os botos que os ajudam e até dão nomes para eles: Geraldona, Coquinho, Rubinha, Lobisomem, entre outros. O conhecimento tradicional desses pescadores é vasto e fundamental para a conservação da sociobiodiversidade do Litoral Norte do Rio Grande do Sul.

A interação boto, tainha, pescador: amigos de pesca é o relato de uma relação bela e surpreendente entre botos, pescadores e tainhas. Essa interação ocorre há gerações, na foz do Rio Tramandaí, um lugar rico em peixes e vida marinha, um espetáculo fruto do encontro da natureza com a cultura da pesca. Essa riqueza, no entanto, está ameaçada pelo tipo de ocupação humana que vem se desenvolvendo na região: poluição das águas, tráfego de barcos, excesso de construções, pesca comercial são fatores que podem extinguir um fenômeno praticamente único no mundo, e que traz, por outro lado, a possibilidade de gerar benefícios e renda para as populações do lugar através da conservação e valorização dessa riqueza.

Direção de cena e finalização – Antônio Ternura, Ieve Holthausen e Sérgio Guidoux

Produção executiva e direção de montagem – André de Oliveira e Julia Aguiar

Trilha – Giancarlo Borba

Coordenação geral – Dilton de Castro

Confira o documentário na íntegra:

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