A Moça do Calendário (2018)

Dirigido por Helena Ignez e com Djin Sganzerla no elenco, o filme concentra a narrativa na vida de Inácio (André Guerreiro Lopes), um mecânico durante o dia e um dançarino durante a noite. No entanto, para além da sua realidade mediana de um sujeito simples, existe um pensamento fantasioso, que o leva para um relacionamento platônico com a bela moça que estampa o calendário da oficina onde trabalha.

A sinopse da trama, porém, não revela o quanto mais complexo e interessante a história de fato é. Com diálogos progressistas em espaços do cotidiano e do dia a dia de sujeitos comuns da classe média esclarecida, o filme sintoniza pessoas urbanas e não ricas adoradoras do cinema nacional à sua própria realidade, trazendo questionamentos e problematizações do seu convívio social. Fora a mistura da crítica social da narrativa do filme, consciência de classe das pessoas envolvidas na película e a fantasia artística da personagem principal.

Uma produção que traz temas políticos como reforma agrária, violência policial, crítica ao capitalismo, ética partidária e ocupação nas escolas. Mas traz esses temas não de forma de denúncia formal e em configuração de cartilha, mas sim com a história do dia a dia de Inácio e seu amor pela moça do calendário.

A trilha sonora é muito boa.

Disponível no Mubi.

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