Por Gabriela Manetzeder*
Obra adaptada do livro A Vida Invisível de Euridice Gusmão, de Martha Batalha.
O filme, em que pese ser o retrato do Rio de Janeiro da década de 50, retrata veemente a sociedade brasileira nos dias atuais, em alguns pontos.
A história é narrada sob a perspectiva da vida de duas irmãs, que vivem histórias bem diferentes, mas ambas são vítimas do machismo, do patriarcado: Eurídice, a personagem principal do filme, nos traz à tona a submissão da mulher frente ao marido, a forte relação do patriarcado que subjuga as mulheres; já sua irmã Guida, nos revela a dor da mãe solo, abandonada pelo marido e pela própria sorte e que muitas vezes precisa abdicar de sua própria vida, para poder criar os filhos.
No Brasil, nas décadas de 40 e 50, a maioria das mulheres eram donas de casa, casadas, mesmo que em casamentos infelizes. Os maridos eram os provedores do lar e as mulheres dedicavam sua vida à manutenção da casa e dos filhos, tanto é que as propagandas brasileiras das décadas de 40 e 50 trazem sempre uma mulher limpando ou cozinhando, acompanhado da oferta de eletrodomésticos.
É através da narrativa do filme que vemos as mulheres sendo caladas, silenciadas, é a invisibilidade da mulher, que muitas vezes não tem voz dentro do seio familiar, muitas vezes no próprio emprego
Algo se parece com o que vivemos nos dias de hoje?
Seus sonhos, seus desejos, sua profissão são colocados ao segundo plano, pelo casamento, pela família. Pela criação dos filhos, a mulher abdica de muitas coisas durante sua vida, por uma sociedade que as silencia constantemente.
Confira, a seguir, o bate papo sobre o filme e muito mais no vídeo abaixo.
*Mestre em Direitos Humanos, Pós-Graduada em advocacia, Feminista, Advogada Familiarista, Ativista na defesa do Direito das Mulheres e Membro da Comissão da Mulher Advogada Oab/Rs. Instagran: @adv_gabrielamanetzeder