Being The Ricardos

Por Daniela Damo*

Dirigido e roteirizado por Aaron Sorkin, Being the Ricardos aborda a história de Lucille Ball (Nicole Kidman) contratada pela RKO Pictures em 1939. Ela consegue pequenos papéis em grandes produções, mas sempre em filmes de baixo orçamento. Nisso ela conhece o carismático cantor cubano de 22 anos Desi Arnaz (Javier Bardem) e os dois se apaixonam imediatamente, se casam e compram uma casa em Hollywood.

Em 1948, ela é escalada para o programa de rádio My Favorite Husband, que se torna-se um sucesso. O programa atrai o interesse da CBS e da Philip Morris, mas Lucille só concorda se Desi interpretar o marido na tela. Em 1953, o show é renomeado I Love Lucy e se torna um grande sucesso com quase 60 milhões de espectadores a cada semana.  Porém na noite da filmagem ao vivo, um artigo de jornal considera Lucille uma comunista. Esse fato acaba por colocar em xeque tanto a reputação de Lucille, quanto o casamento deles, pois Desi não concorda que ela seja verdadeira com suas posições políticas.

Outro ponto relevante na trama é a a discussão sobre pontos de vista político e a indústria do entretenimento (representados pelos interesses dos patrocinadores), ou seja, o programa precisa atender esses interesses. Devemos lembrar também que esse  filme retrata os Estados Unidos dos  anos 1950, em plena Guerra Fria.  Por isso o filme aborda também questões de cunho político, enfatizado inclusive na temática da protagonista Lucille ter se casado com Desi, um imigrante cubano.

O elenco é o bem de maior valor do longa, personagens bem delineados em toda a trama, fotografia linda, cenários próprios da época, bem como dialogias condizentes com o período ali retratado. Um filme que transita entre a comédia e o drama lindamente.

Porém, um ponto negativo me chamou atenção no filme: sua estrutura temporal. O filme viaja entre diferentes momentos da vida do casal de atores sem dar pistas claras dos momentos que ocorreram, Há, sim, cenas bem pontuadas cronologicamente, mas outras ficaram confusas.

O ponto mais positivo, sem dúvida, é a atuação de Nicole Kidman. Existe uma veracidade em sua personagem, ela  te hipnotiza e faz você se apaixonar por cada detalhe.  Um filme com cara de oscar, pois enfatiza o cotidiano de astros hollywoodianos e a indústria do cinema. Temas muito bem vistos pelo ramo cinematográfica.

 

Disponível no Prime.

*Professora de geografia da rede pública de ensino, atuando na rede estadual e na Universidade Federal de Santa Maria, pesquisadora e uma profunda admiradora das artes e todas suas formas.

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