Blonde

Por Daniela Damo*

Inspirada no best-seller de Joyce Carol Oates, esta biografia fictícia da lendária Marilyn Monroe é estrelada por Ana de Armas.

Após uma infância traumática, Norma Jeane Mortenson (Ana de Armas) tornou-se atriz na Hollywood dos anos 1950. Ela se transformou em uma figura mundialmente famosa, sob o nome artístico de Marilyn Monroe. Porém, por trás  da fama, a atriz vivia inúmeros problemas  pessoais, e suas aparições na tela contrastam  com os problemas de amor, exploração, abuso de poder e dependência de drogas que ela enfrentava em sua vida privada.

Baseado no livro homônimo de Joyce Carol Oates, Blonde remonta  a vida de um dos símbolos mais icônicos de Hollywood, de sua infância como Norma Jeane, até sua ascensão ao estrelato e envolvimentos românticos.

Durante quase três horas  de filme, ele nos leva em uma jornada lenta e dolorosa, não só pela trama em si, mas pelo desrespeito à imagem de Marilyn,  que é retratada no filme apenas como uma mulher subjugada aos padrões da época. Não dá para negar que Blonde tem um estilo visual incrível, mas o que tem mais de sedutor mesmo aqui é a presença de Armas como a atriz.

Outro ponto relevante no filme  são as cenas  de abuso sexual que a atriz passou durante toda sua trajetória meteórica, o que pode deixar o telespectador bastante incomodado. Mas não podemos tirar o mérito do diretor que  consegue recriar muito bem, tanto visualmente enquanto em figurinos e ambientação, diversas  passagens, seja a icônica cena do vestido em movimento no metrô em O Pecado Mora ao Lado, e ainda   diversas cenas de seus maiores sucessos como Os Homens Preferem as Loiras. E ainda passagens da vida pessoal, seu casamentos, os abortos e seu casos amorosos.

Blonde foca demais no sofrimento de Marilyn Monroe, o que acaba tornando o filme bastante desagradável e perturbador. No final, o que temos é um filme ousado, com muitas cenas uma gigante objetificação ao corpo de Marilyn,  e uma atuação muito boa da atriz Ana de Armas, que consegue passar de forma muito sensível as diferentes personalidades desse símbolo sexual tão intrigante e ao mesmo tempo frágil.

Disponível na NetFlix.

*Professora de geografia da rede pública de ensino e do IFSul, atuando na rede estadual e na Universidade Federal de Santa Maria, pesquisadora e uma profunda admiradora das artes e todas suas formas.

Comente