Por Daniela Damo*
Filme da diretora e roteirista Sian Heder, aborda a história de Ruby Rossi (Emília Jones), uma adolescente de 17 anos onde ela é a única pessoa que ouve em uma família de surdos que sobrevive da pesca há gerações. Como ela é a única que ouve na família, ela acaba tornando-se a líder, sendo intérprete dos familiares tanto nos negócios quanto no cotidiano.
Porém, a garota possui sonhos e metas, além de possuir um talento incrível para o canto. Talento este que, ao entrar para o coral do colégio, influenciada pelo professor de canto, esse talento aflora e desperta nela o desejo de levar esse dom adiante. No entanto, até isso se concretizar, ela passa por algumas adversidades, justamente por precisar conciliar entre sua família que precisa dela e o amor pela música.
Um detalhe importante do filme é que a maior parte das conversas acontecem na língua de sinais. Essa abordagem interessante é um diferencial desse filme, recheado de sensibilidade e simbolismo.
Um belo filme sobre crescimento, independência e dificuldades que toda família enfrenta pra ficar junta, unida. Extremamente habilidosa a forma de abordar as dificuldades de ser surdo na sociedade. Um assunto mostrado de forma inteligente, necessária, real e inclusiva.
O filme conta também com um elenco incrível, onde o destaque vai para Emília Jones, que além do talento como atriz, ganha destaque com uma voz maravilhosa. Filme bem produzido, com trilha sonora e fotografia belíssimas. Uma história alegre e, ao mesmo tempo, carregada de grandes emoções sem ser enjoativo ou bobo ou mesmo clichê.
Disponível HBO Max
*Professora de geografia da rede pública de ensino, atuando na rede estadual e na Universidade Federal de Santa Maria, pesquisadora e uma profunda admiradora das artes e todas suas formas.