Qual a posição de Imbé em relação aos esgotos que serão despejados no rio Tramandaí?
A Corsan/AEGEA juntamente com a FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental), na condição de representante do Governo do Estado do RS, estão a concluir a obra dos emissários, que jogará esgoto parcialmente tratado de Capão da Canoa e Xangri-lá no rio Tramandaí. Uma obra fortemente contestada pela comunidade do Litoral Norte do RS, principalmente de Tramandaí e Imbé.
No entanto, este artigo vem questionar algo bem específico, mas não menos importante, que é: Qual a verdadeira posição da administração municipal de Imbé, encabeçada pelo prefeito Ique Vedovato (MDB), em relação aos esgotos que serão despejados no rio Tramandaí?
É bem verdade que esta administração foi a primeira a ingressar com uma ação para a paralisação da obra. Uma ação que se utilizou de muitos argumentos técnicos utilizados no requerimento apresentado pelo MOVLN, que comprova a falta de estudo de impactos no rio. Uma ação protocolada no auge da campanha para as eleições municipais de 2024, quando a população, de forma coesa e quase unânime, condenava as obras da AEGEA.
Mas desde então, quando Ique foi eleito, silêncio da prefeitura. Um silêncio constrangedor.
Pois temos em Imbé, o que chamamos no linguajar comum, um feudo do partido MDB, o mesmo do prefeito. Um feudo que tem como lideranças o deputado Alceu Moreira e, nada mais nada menos, o vice governador do estado do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza. Ambos do MDB, é claro.
A administração local não participou de nenhuma audiência pública. Não mandou sequer um representante na última de Tramandaí, em fevereiro deste ano de 2025, que colocou mais de mil pessoas no clube beira Mar.
Mas isso não é o pior. Em nenhum momento o prefeito Ique Vedovato solicitou uma audiência com o vice governador para tratar da questão do esgoto, que tanto angustia a população local.
Mas este comportamento não surpreende. Somente nos anos de 2023 – 2024 a ACIBM (Associação Comunitária Imbé Braço Morto) protocolou três pedidos formais de informação sobre potenciais danos ambientais decorrentes de ação direta da Prefeitura de Imbé (corte de árvores, canalização de córregos e mortandade de animais, imposição da obra da nova ponte sem consulta pública). Nenhum dos pedidos foi sequer respondido. Dois deles acabaram por embasar processo de Inquérito Civil do Ministério Público contra a Prefeitura.
Espera-se uma posição clara da administração de Imbé frente a uma demanda tão importante para a região do litoral norte gaúcho.










