Por Claudio Fonseca*
O que está acontecendo com POA e no Planeta?
A Grande Inundação do Rio Amarelo (Huang Ho) na China, em 1931 é considerada um dos piores desastres naturais já ocorridos em todos os tempos, em número de vítimas fatais. Ocorreu em 1931 e estima-se que foram mortas de 1 milhão a 4 milhões de pessoas, incluindo-se aí os efeitos secundários da inundação, como destruição de casas e lavouras, fome e desabrigados.
Estamos num caminho semelhante, e nem assim, boa parte da sociedade brasileira e porto alegrense parece não entender o recado que as enchentes de maio provocaram e ainda vão provocar na cidade.
Sempre penso que a humanidade não deu certo na sua gula por acumulação de riqueza em detrimento da maioria da população. Alguns, certamente terão que sucumbir, ou morrer eles e suas famílias e vizinhos, o que se há de fazer afinal?
O modelo de desenvolvimento, de exploração, de especulação imobiliária desenfreada, de subjugação dos poderosos pelos mais necessitados, produz muitas baixas, mas o sucesso é medido pelo enriquecimento de poucos sobre a tragédia de muitos.
É cheiro de fogo, é água, é lixo, são doenças, é morte de muitos, muita tristeza e desolação, mas quem se importa se o empreendimento é altamente rentável?
POA está cheirando muito mal por todos os lados, e cabe perguntarmos, por que? Porque afinal os empreendimentos imobiliários geram emprego e renda. Isso é a captura mais cruel e perversa da exploração de humanos por alguns poucos humanos, e pior, normalizado pela sociedade como algo inevitável.
Não é.
Inevitável é que a natureza, agredida por esse modelo de desenvolvimento, reaja pra se reconfigurar no seu ecossistema, e pra isso é inevitável que mudanças severas aconteçam, como secas intensas, chuvas nunca antes vistas, o mar tomando o território que é dele, florestas queimando e matando todas as espécies, e reage de forma agressiva a todos os seres, e é um roteiro de destruição, de morte, não do planeta, que já vive há bilhões de anos e vai sobreviver há muitos mais bilhões de anos, independente de que tipo de espécie esteja sobre seu solo.
Parcelas pequenas dessa sociedade, chamadas de poéticas, esquerdochatos, eccochatos e outros adjetivos, seguem teimosamente acreditando que é possível construir um planeta que respeite todos os seres, animais, vegetais, florestas, água e preservando a biodiversidade.
Conheço uma turma que criou um movimento que integra todo o litoral norte num mesmo propósito: Construir e lutar por um planeta saudável, inclusivo, igualitário, garantindo uma vida melhor para si, seus filhos, seus netos e toda a biodiversidade.
Quer participar do grupo de WhatsApp do TemQueVer? (Clique aqui)
Quer escrever para o TemQueVer? Entre em contato conosco através do chat de nossas redes sociais (Instagram e Facebook) ou pelo email temquevercinema@gmail.com
*Consultor de empresas e ativista e defesa do meio ambiente.