Ken Loach é considerado um dos diretores vivos de ponta mais politizados. Mas, afinal, o que significa ser um sujeito politizado?
No sentido literal da palavra, significa ter astúcia, um plano de ação, uma maneira hábil de agir. Entretanto, muito seja necessário entender que o politizado referido a este diretor inglês, de filmes com Eu, Daniel Graig, esteja ligado ao sentido mais acadêmico e social da expressão.
No momento em que falamos em sujeitos, pessoas, comportamentos e transformação social, estamos partindo da ideia de que não existe neutralidade, de que não existe “ficar em cima do muro”; existe política. Aqui, segundo Vitor Paro, um dos maiores educadores reconhecido do Brasil, o politico, em seu sentido mais amplo, significa a produção da convivência entre pessoas e grupos.
Analisando seus filmes, vemos que ken se vale das suas narrativas, algumas delas baseada em fatos reais, para questionar o sistema capitalista vigente e suas forças de atuação para manter as suas estruturas funcionando, de acordo com a lógica básica da acumulação de lucro. Passando por temas como conservadorismo, sexismo e fascismo ele faz cinema como ferramenta de transformação social.
O salão de jimy, filme dirigido por Ken e que é baseado numa história real, é uma dessas obras. Na Irlanda de 1932, Jimmy Gralton (Barry Ward) retorna à cidade em que nasceu após um autoexílio de 10 anos em Nova York, devido à perseguição que sofreu dos líderes locais pelo fato de ser comunista e defensor da liberdade de expressão. A princípio ele pretende levar uma vida pacata, mas os jovens da cidade e seus velhos amigos insistem para que reabra o antigo salão, onde a população em geral podia ter aulas de graça e ainda se divertir, em animados bailes. A iniciativa não agrada o padre Sheridan (Jim Norton), que logo se torna um ferrenho opositor de Gralton.
Filme distribuído pela Imovision
FICHA TÉCNICA:
Diretor: Ken Loach
Elenco: Barry Ward, Simone Kirby, Andrew Scott
Ano: 2014
Categoria: Drama, Histórico
País: Reino Unido, França, Irlanda