Por Álvaro Nicotti*
Nesses últimos anos tenho me envolvido com múltiplas funções acadêmicas e laborais. Num primeiro momento, passava meses cortando grama de casas de veraneio (minha residência é no litoral norte do Rio Grande do Sul), pintando alguns telhados e auxiliando em pequenas obras, junto com um velho sábio companheiro que conheci por essas bandas. No entanto, mantive-me estudando e, entre os anos de 2017 e 2020, me formei em Licenciatura em história e Educação do Campo- Ciências da Natureza, pela Ufrgs (Universidade Federal do RS). Não satisfeito, dei continuidade aos meus estudos e hoje estou desenvolvendo uma pesquisa para o Programa de Mestrado de Dinâmicas Regionais da Ufrgs, Campus Litoral Norte com a temática Pobreza e Desigualdade Social. Ainda assim, o que mais está me levantando sorriso no rosto e me fazendo acordar bem cedo de bom humor, é lecionar a disciplina de Química em uma escola pública da minha região.
Mas afinal de contas, que cargas dágua esse meu breve resumo dos meus últimos 5 anos tem a ver com cinema e com as análises, críticas e resenhas do TemQueVer?
Pois bem!
Em todo professor, e por óbvio, nos de ciências também, existe a preferência por determinados conteúdos e a implicância e a falta de intimidade com outros. No meu caso, sou apaixonado pelo conteúdo dado no segundo ano do ensino médio, que é a matéria de radioatividade. Em radioatividade, abordamos a história de sua descoberta, decaimento radiativo, os tipos de radiação, fissão e fusão nuclear para no final, enfim, aplicarmos uma sistematização de conhecimento (prova). Mas eu confesso que não sou lá muito simpático às provas, embora ainda algumas sejam necessárias, e então resolvi propor uma atividade alternativa denominada: Projeto Ficção Científica.
O projeto ficção cientifica tem como proposta a elaboração de uma história, um vídeo ou um jogo de ficção científica pelos estudantes que tenha como explicação inicial algum conceito de ciência verdadeiro (no caso específico aqui, conceitos de radioatividade). Afinal, um bom filme de ficção é aquele que explica de forma persuasiva a possibilidade da existência real da “loucura fantástica” que o filme se propões a mostrar.
A seguir, o TemQueVer traz dois grandes filmes que usaram de realidades científicas para abordar fantasias e ficções fantásticas.
Jurassik Park (1995)
Jurassik park- o parque dos dinossaouros é um clássico de todos os tempos da ficção cientifica. Baseado em literatura, essa obra explica de forma convincente o ressurgimento dos dinossauros nos tempos presentes.
Primeiro, um mosquito pica um dinossauro. Este pousa numa árvore e é imobilizado por uma seiva de forte consistência. Preservado então, é localizado em escavações paleontológicas e o sangue de dinossauro nele resguardado, é retirado para ser misturado com os genes de uma espécie de rã africana. Não obstante, é sabido que determinadas rãs africanas, dependendo do habitat hostil que possam residir, possuem a capacidade de trocar de sexo, explicando a reprodução na natureza dos dinossauros fêmeas libertos após o desastre no parque.
Guerra dos Mundos (2005)
Uma invasão alienígena devasta com um quinto da humanidade. Após uma tempestade magnética onde todos os aparelhos eletrônicos deixam de funcionar, enormes Trípodes robóticos atacam a civilização humana indefesa e sugam todo o recurso natural do planeta que por eles os invasores passam. No entanto, quando tudo parece estar perdido, eis que os alienígenas começam a tontear e cair sozinhos. Sabe-se então que uma mísera bactéria adoeceu os ETs e, assim, se tornaram presa fácil para a quase cambaleante espécie humana.
Alguma semelhança com a pandemia de covid-19 e outas recentes provindas de contato com animais selvagens?
Será uma defesa da Terra, e que esse conceito, muito usado por etnias indígenas, está em vigor na atualidade contra humanos?
A saber…
Desta forma, existem muitos outros filmes que trabalham muito bem o casamento entre ciência e ficção. Se você chegou até aqui, mande sugestões e indicações de filmes e séries de ficção que possuam uma boa narrativa e que sejam bacanas de se assistir.
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*Professor, pesquisador e colaborador do TemQueVer
