The Best of Enemies

Por Daniela Damo*

Filme baseado no livro The Best of Enemies, de Osha Gray Davidson, conta a história de Ann Atwater ( Taraii P. Henson), uma ativista negra em prol dos direitos civis que confronta diretamente um dos líderes da Ku Klux Klan, C.P. Ellis (Sam Rockwell) em Durham, Carolina do Norte.

História real, com um tema polêmico e necessário como o racismo. Ambos os personagens acabam integrando uma estratégia de mediação de conflitos proposta pelo juiz local, na intenção de decidir se crianças negras podem frequentar a escola reservada até então aos brancos.

O filme se passa em 1971, porém desde 1957, uma lei nacional determinava que alunos negros poderiam ir às mesmas escolas que brancos. Mas existiam ainda em alguns locais do sul dos Estados Unidos lugares onde as determinações ainda eram racistas, especialmente aqueles dominados pela Ku Klux Klan, que insistiam em manter essas as divisões.

Ainda no início do filme uma escola para estudantes negros pega fogo na pequena cidade de Durham, esse acontecimento marca bastante o filme, pois Ann Atwater, confronta um dos líderes da Ku Klux Klan, C. P. Ellis, exigindo que mudanças ocorram. Uma grande mobilização social ocorre neste momento, interessante analisarmos esse debate ocorrendo ao longo do filme.

Chega a ser absurdo pensarmos que essa situação ocorreu apenas há 50 anos, pois o filme é baseado em fatos reais. O filme parte do princípio que duas pessoas com opiniões totalmente diferentes precisam aprender a conviver e ouvir o que o outro tem a dizer.

No desenrolar do filme podemos observar diálogos muito fortes, com momentos extremamente delicados, emocionantes e até revoltantes. O filme também deixa bem claro as posições de cada um deles, e os motivos que levam C.P Ellis. a rever vários dos seus conceitos.

A verdade é que é um filme bem construído, cenários bem compatíveis com a época e personagens bem delineados.. E claro, a interpretação de Taraji P. Henson está impecável. Um filme muito contundente e tempos em que a pauta racial se faz tão importante.

*Professora de geografia da rede pública de ensino, atuando na rede estadual e na Universidade Federal de Santa Maria, pesquisadora e uma profunda admiradora das artes e todas suas formas.

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