Ruanda em Cena: O genocídio de 1994

A República do Ruanda é um pequeno país localizado à África Central, um pouco maior que o estado de Alagoas. Segundo Censo de 2010, Ruanda possui uma população de cerca de 10.700.000 indivíduos. A capital e principal cidade do país é Kigali, que conta com um décimo da população total. Os limites de Ruanda são Uganda ao norte, a República Democrática do Congo a oeste, Tanzânia a leste e Burundi ao sul. Além disso, Ruanda possui uma população rural elevada, altos índices de pobreza e trouxe os holofotes pra si quando protagonizou um dos maiores e mais cruéis genocídios da história recente.

O genocídio

Em 1994 Ruanda protagonizou uma carnificina humana. Cerca de 800 mil pessoas foram massacradas em Ruanda por extremistas étnicos hutus. Eles vitimaram membros da comunidade minoritária tutsi, assim como seus adversários políticos, independentemente da sua origem étnica.

No ano de 1959, os hutus (cerca de 85% da população ruandesa) derrubaram a monarquia tutsi e dezenas de milhares de tutsis fugiram para países vizinhos, incluindo a Uganda. Um grupo de exilados tutsis formou um grupo rebelde, a Frente Patriótica Ruandesa (RPF), que invadiu Ruanda em 1990 e lutou continuamente até que um acordo de paz foi estabelecido em 1993.

Na noite de 6 de abril de 1994, um avião que transportava os então presidentes de Ruanda, Juvenal Habyarimana, e do Burundi, Cyprien Ntaryamira, ambos hutus, foi derrubado. Extremistas hutus culparam a RPF e imediatamente começaram uma campanha bem organizada de assassinato. A RPF disse que o avião tinha sido abatido por Hutus para fornecer uma desculpa para o genocídio.

O partido político que governava o país era o MRDN, que tinha uma ala jovem chamada Interhamwe, que foi transformada para realizar o genocídio. Assim, articulada e orientada por estações de rádio e jornais que transmitiam propaganda de ódio, quase um milhão de pessoas foram brutalmente assassinas.

Como acabou a matança?

A RPF (Frente Patriótica Ruandesa) apoiada pelo exercito de Uganda gradualmente foi ocupando os espaços da milícia até que em 4 de julho chegaram a capital Kigali. Aproximadamente dois milhões de hutus – civis e alguns dos envolvidos no genocídio – fugiram em seguida pela fronteira com a República Democrática do Congo, na época chamado Zaire, temendo retaliação.

Quase dois milhões de pessoas foram julgados em tribunais locais por seu papel no genocídio e os líderes do massacre, em um tribunal da ONU na vizinha Tanzânia. Agora é ilegal falar sobre etnia em Ruanda – o governo diz que isso evita mais derramamento de sangue, mas alguns dizem que impede uma verdadeira reconciliação e apenas coloca uma tampa sobre as tensões, que vão acabar fervendo de novo no futuro.

Desta forma, o TemQueVer lista 5 produções que retratam o genocídio de Ruanda.

Tiros em Ruanda (2005)

“Tiros em Ruanda” não poupa críticas a ONU. A tradução literal de seu título original seria “Atirando em Cachorros”. Trata-se de uma referência a ordem que os soldados tinham em não atirar nos hutus, mesmo estes assassinando os outros na frente deles. Ironicamente, os soldados atiravam apenas nos cachorros que iam comer os cadáveres espalhados nas ruas.

Hotel Ruanda (2004)

Durante os conflitos políticos entre hutus e tutsis que mataram quase um milhão de ruandenses em 1994, Paul Rusesabagina, gerente do Hotel des Milles Collines, na capital do país, toma a decisão corajosa de abrigar sozinho mais de 1.200 refugiados.

História de um Massacre (2007)

nesta produção, o diretor opta por fazer uma caminho direto e sem apelar tanto para elementos dramáticos ou sentimentais, tratando a história com sobriedade e mostrando como as coisas aconteceram de maneira clara e sem adereços.

Filme completo de forma gratuita no Youtube

Tensão em Ruanda (2006)

Bernard Valcourt se apaixona pela jovem Gentille ao fazer documentário sobre Aids em Kigali, Ruanda. Quando há o genocídio dos tutsis pelos hutus, ele foge, mas não consegue levá-la para o Canadá. Retorna para procurá-la entre cadáveres e destruição.